segunda-feira, 15 de junho de 2020

TEORIA DO CONHECIMENTO (QUAL É A ORIGEM DO NOSSO CONHECIMENTO, COMO CONHECEMOS AS COISAS?)

Michel Gustavo de Almeida Silva

Imagem disponível em: https://tudosobreposgraduacao.wordpress.com/2016/01/13/conhecimento-experiencia-e-criatividade-2/


Uma ideia muito difundida na atualidade é a de que o ser humano é um ser pensante. 
É plausível afirmar que o que nos difere dos demais animais é a capacidade de pensar, que a nossa essência é a racionalidade, pois não seguimos cegamente os nossos instintos e interagimos com os eventos da realidade, sendo capazes de relembrar o passado, compreender o presente e planejar o futuro.

Compreendemos o mundo, damos sentido as coisas, fatos, acontecimentos o que ouvimos e pensamos, graças ao uso da nossa razão.
Somos os habitantes do Planeta Terra que têm o conhecimento, sabe que existe e compreende o mundo ao nosso redor, mas o que é o conhecimento?

Segundo Goto (2003), na relação entre o homem e a realidade, o conhecimento é produzido. Essa relação envolve três elementos: o sujeito (o homem), o objeto (a realidade) e a ação de conhecer. 
O referido autor apresenta o conhecimento como uma relação ativa, pois ao tentar conhecer o objeto, o sujeito opera com sua linguagem, ideias, observações, pensamento, pesquisa. 
Aranha (1993) pontua que o conhecimento é transmitido pela educação dos conhecimentos acumulados em uma determinada cultura, pois a razão é histórica
Assim, devemos questionar: onde começa o conhecimento?
No sujeito ou no objeto? Conhecemos pela experiência dos sentidos ou pela razão?
O homem apreende o conhecimento pela razão, pelo discurso, mas também pela intuição.
Segundo Aranha (1993), a intuição é o ponto de partida do conhecimento. Surge então a questão: Como podemos afirmar que um conhecimento é verdadeiro?

Para o filósofo inglês David Hume, filósofo empirista que defendia a noção de que todo o nosso conhecimento tem origem na experiência e que as nossas ideias são cópias das nossas impressões sensoriais: “Todos os materiais do pensamento derivam de nossas sensações externas ou internas; mas a mistura e composição deles dependem do espírito e da vontade. Assim, todas as ideias do homem ou percepções menos vívidas são cópias de suas impressões ou percepções mais vivas” (HUME, 1999, p. 11).

Para o filósofo francês, René Descartes, filósofo racionalista que defendia a noção de que a razão é a origem do nosso conhecimento, só sabemos as coisas porque somos seres pensantes: “Mas o que sou eu então? Uma coisa pensante. O que quer isto dizer? Quer dizer: uma coisa que duvida, que compreende, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que também imagina, e que sente. (DESCARTES, 1992, p. 124.)

Quando se conhece, parte-se da premissa de que para ser verdadeiro, o enunciado deve corresponder a realidade. Aranha (1993), mostra-nos que, para Descartes, o critério da verdade é a evidência.

Já para Nietzsche, é verdadeiro tudo o que contribui para o desenvolvimento da espécie e falso o que é obstáculo para seu desenvolvimento.

Para os lógicos, o critério de verdade está na coerência interna dos argumentos.

Já para os céticos radicais, “toda certeza é impossível e a verdade é inacessível”.
Em contrapartida, baseados em princípios, os dogmáticos afirmavam que o homem pode atingir a certeza. Para eles: “a razão humana tem a possibilidade de conhecer a realidade” (Aranha, 1993, p.25).

Conclui-se então que, diante da relativização presente na pós-modernidade, a busca pelo conhecimento e a busca pela verdade permanecem contempladas em suas diversas dimensões, facetas, visões e tempo histórico.

Referência Bibliográfica.

ARANHA, M.L.DE A. MARTINS.M.H.P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2.ed.rev.atual.- São Paulo:Moderna, 1993.
Descartes, René, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra: Livraria Almedina, 1992.
GOTO, R.A. Começos de Filosofia. Campinas, SP: Editora Átomo, 2003, 140p. 2ª edição.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

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