quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O QUE É CIDADANIA? SLIDES PARA AULA DE SOCIOLOGIA 3ºANO

ATIVIDADE AVALIATIVA EM GRUPO

Segue abaixo os slides. Após leitura cuidadosa, discuta com o grupo e redija um resumo sobre a Cidadania e a sua história.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

INTRODUÇÃO À TEORIA DO INDIVÍDUO: JOHN LOCKE, JEREMY BENTHAM E STUART MILL

A Teoria do Indivíduo busca refletir sobre aspectos inerentes aos seres humanos, como, por exemplo, a forma que eles integram-se à natureza e à sociedade e suas perspectivas de responsabilidade e pertencimento, bem como identificar as diferentes concepções dos indivíduos, os processos sociais que merecem críticas e as noções de alienação moral e construção social.

Três pensadores foram essenciais para a construção da Teoria do Indivíduo: John Locke, Jeremy Bentham e Stuart Mill. Hoje, falaremos um pouco sobre cada linha de pensamento, através das quais poderemos refletir eticamente sobre a ação e a conceituação do indivíduo.

O indivíduo segundo John Locke
                                                                       John Locke

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John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês contratualista. Locke foi um grande defensor do empirismo inglês. Essa corrente filosófica defendia a ideia de que todos nós nascemos como se fôssemos uma grande página em branco e que todo o nosso conhecimento era adquirido a partir de experiências vivenciadas. Em outras palavras, esse era o estado de natureza do homem.
De acordo com o pensamento de Locke, os indivíduos em seu estado de natureza são livres, vivem sempre em igualdade (uma vez que a natureza lhes proporciona as mesmas vantagens) e, assim, não são dependentes das vontades e desejos de outros homens. Dessa maneira, como a vida é instituída apenas por leis e vontades próprias, a razão norteia todas as ações e pensamentos, fazendo com que os indivíduos vivam em paz.
 
Então, quando o homem sai de seu estado de natureza e cria uma sociedade? Quando um homem reprime o outro, impondo as suas vontades e os seus desejos, inicia-se uma espécie de guerra.

A fim de recobrar a paz (que, como vimos anteriormente, é uma característica do indivíduo em seu estado de natureza) é necessário utilizar-se do poder político, e criar um Contrato Social cujo objetivo é fazer com que os indivíduos vivam em uma sociedade governada por leis e possam preservar sua liberdade.
 
Direito natural: o direito natural representa a ideia de que nascemos com direitos que são inerentes aos seres humanos, que são a liberdade, a igualdade e a garantia de vida.
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Direito positivo: o direito positivo representa o conjunto das leis criadas pelo homem para poder viver em sociedade, ou seja, são todos os códigos e constituições artificiais criados para que a sociedade tenha os seus direitos respeitados.


O indivíduo segundo Jeremy Bentham e Stuart Mill

Os filósofos ingleses Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806 -1873) são considerados os pais do utilitarismo clássico. Eles defenderam o “princípio da maior felicidade”, segundo o qual uma ação é correta se, e somente se, conduzir o maior número de pessoas à felicidade maior. O utilitarismo é, portanto, um tipo de consequencialismo: as ações não são julgadas em si mesmas, mas em virtude de suas consequências.

Para um utilitarista, a felicidade é critério para avaliar as consequências de uma ação.
Porém, repare que o utilitarismo pensa em como essa ação vai afetar todas ou o maior número de pessoas envolvidas por ela. Ou seja, o utilitarista não é egoísta. O egoísta leva em consideração apenas a si mesmo na hora de avaliar as consequências de uma ação.

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A corrente defendida por Bentham e Mill diz que o homem é apenas um ser que possui desejos e prazeres e que esses devem ser buscados a todo custo. 
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Para atingir isso, os homens criaram uma ciência moral e ética exata, como a matemática, que busca o ápice do prazer e a atenuação da dor. Resumidamente, a finalidade da existência do homem é o prazer.
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Ao contrário do pensamento de Locke, que diz que todos os indivíduos nascem e vivem em igualdade, já que a natureza lhes proporciona os mesmos benefícios,

Bentham e Mill defendem que a igualdade não é natural, e sim construída em meio à sociedade.

Para Bentham e Mill, o indivíduo é utilitarista, ou seja, a sociedade tem a obrigação de buscar a igualdade já que essa é muito mais útil para a produção dos prazeres. Além disso, eles não vêem com bons olhos nenhuma relação de subordinação, como patrão-empregado, ricos-pobres, homem-mulher.

Texto adaptado de: http://cursinhopreenem.com.br/historia/introducao-a-teoria-do-individuo-john-locke-jeremy-bentham-e-stuart-mill/




SENSO COMUM E OLHAR CIENTÍFICO_ 1ºANO DE SOCIOLOGIA




Olhamos o mundo e parece que simplesmente vemos as coisas tal como elas são. 
Entretanto, ao olhar alguma coisa e nomeá-la, é preciso ter antes uma ideia do que ela seja; as pessoas têm em suas cabeças alguma ideia do que é um carro, e, por isso, quando veem diferentes carros, podem dizer que viram um.

O olhar humano sempre está repleto de prenoções sobre a realidade que nos ajudam a compreendê-la. E elas estão repletas de conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso comum é uma forma válida de pensamento, mas não é o único possível. Há, por exemplo, o conhecimento científico.

O conhecimento científico muitas vezes parte do senso comum para olhar a realidade, mas ele sempre precisa ir além do senso comum.
Nosso olhar nunca é um olhar neutro, ele está sempre repleto dessas prenoções que vêm do senso comum. Para lançar um olhar cientifico para a realidade é necessário afastar-se dessa forma de observá-la.


Por que é preciso afastar-se do senso comum?
Porque Ciência não se faz baseando-se no senso comum.

Na verdade, toda construção científica é um lento processo de afastamento do senso comum. Não se pensa sociologicamente imerso no senso comum. O problema é que estamos imersos nele. Nossa maneira de pensar, de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento. 

Apesar de ser uma forma válida de conhecimento, não é ciência. A ciência se constrói a partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos juízos de valor típicos do senso comum.


Algumas características do senso comum:
·         Imediatista: o senso comum se caracteriza muitas vezes por ser extremamente simplista, ou seja, muitas vezes não é fruto de uma reflexão mais cuidadosa. Não se preocupa em definir nada muito bem, não tem, portanto, preocupação com a terminologia que emprega.
·         Superficial: a superficialidade dessa forma de conhecimento está relacionada com o fato de que ele se conforma com a aparência, “com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como ‘porque vi’, ‘porque senti’, ‘porque disseram’, ‘porque todo mundo diz’
·         Acrítico: outra característica é o fato de ele ser, muitas vezes, uma forma de conhecimento acrítico, ou seja, não estabelece uma visão aprofundada do que vê, não questiona o que é dito.
·         Cheio de sentimentos: muitas vezes nossa visão da realidade é excessivamente marcada pelas nossas emoções, e as emoções normalmente tiram a objetividade da pessoa, pois são pessoais e não estão baseadas na razão. Elas podem fazer com que ajamos de forma irracional.
·         Cheio de preconceitos: ele muitas vezes é repleto de preconceitos. O preconceito é o conceituar antecipadamente, ou seja, é a atitude de achar que já se sabe, sem conhecer algo de verdade, pois usa explicações prontas que estão repletas de juízos de valor. Portanto, a atitude preconceituosa com relação à realidade e a tudo o que a cerca é aquela da pessoa que julga sem conhecer, com base no que acredita que é ou no que deva ser.

 O olhar que evita essas posturas relacionadas ao senso comum é o olhar do estranhamento.

REFERÊNCIAS:

Caderno do Aluno_ESTADO DE SÃO PAULO: 1º Ano




ATIVIDADE AVALIATIVA DE SOCIOLOGIA: CULTURA, ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO


TEXTO 1:
Proibição à burca na França: oprimir para libertar?
Por Maíra Kubík Mano*, para o Opera mundi (publicado em 13/04/2011)

Desde segunda-feira, passou a vigorar, na França, a proibição do uso da burca e do niqab – véu que cobre todo o rosto, deixando apenas um espaço para os olhos – em espaços públicos.

“Ajo em nome da dignidade da mulher”, disse o presidente Nicolas Sarkozy. “Esconder o rosto (…) coloca as pessoas em questão numa situação de exclusão e de inferioridade incompatível com os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade afirmados pela República Francesa”, completou o primeiro-ministro François Fillon. O discurso de ambos, assim como de muitos grupos feministas, é de libertação das mulheres, que seriam oprimidas por seus maridos e pelo Islã.
A iniciativa convenceu a sociedade, pois, segundo pesquisa realizada pelo Pew Global Attitudes Project, 82% dos franceses aprovam a proibição da burca e do niqab.
Mas… será que os franceses perguntaram para as muçulmanas se a burca e o niqab são realmente uma imposição? Não era uma tarefa muito difícil: a estimativa é que apenas 2.000 mulheres portem essa vestimenta no país. Imagino que França teria capacidade operacional de contatar pelo menos 10% delas para uma sondagem inicial.

Como a resposta provavelmente seria a de que elas querem usar a burca, os líderes franceses já tinham um discurso na ponta da língua: “Mesmo que essa prática seja voluntária, ela não pode ser tolerada em qualquer lugar público, dado o dano que provoca nas regras que permitem a vida em comunidade. É preciso garantir a dignidade da pessoa e a igualdade entre os sexos”, afirmou o governo, em uma mensagem ao Parlamento.

De fato, trata-se de (mais) uma grande lição de intolerância e autoritarismo travestida de “libertação”, algo bem Ocidental ultimamente. Afinal, ao impor a proibição da veste muçulmana, o país não resolve a questão, apenas joga para o âmbito do privado a suposta opressão das mulheres islâmicas.

O texto tenta prevenir-se disso. Além de impor uma taxa de 150 euros para quem violá-la, determina que qualquer pessoa que force outra a usar a burca seja punida com um ano de prisão e o pagamento de 30 mil euros. Mas se supondo, claro, que seja feita alguma denúncia, o que eu tendo a achar bastante difícil sem um trabalho prévio, por exemplo, de proteção à vítima.
Ou seja, não duvido que elas acabem ficando em casa porque não podem mais caminhar livremente com sua vestimenta, seja ela uma opção ou não.

E há ainda uma hipótese pior: e se a comunidade muçulmana decide rechaçar aquelas que seguirem a nova lei, o Estado francês irá intervir aí também? Provavelmente, não.
O mais complicado, acredito, é que a França simplesmente desconsidera o fato de que as mulheres muçulmanas têm cérebro. Ainda as vê como submissas e atrasadas, sem acesso à informação.

Bem, basta olhar as imagens das revoltas no mundo árabe para perceber que elas estavam, sim, nas ruas, participando ativamente dos protestos e expressando suas vontades. Salvo exceções que remontam a tradições tribais ou a regimes ultra-rígidos, como o saudita, as mulheres islâmicas, assim como as mulheres em todo o mundo, têm tido acesso às universidades e estão se organizando para modificar sua condição de vida. Muitas vezes baseadas numa leitura crítica do Corão, e não em sua rejeição.

Uma demonstração disso podem ser as muçulmanas que saíram na segunda-feira determinadas a serem presas pelo governo francês. “Eu quero me vestir como bem entender. Não fico reclamando daquelas ocidentais que saem por aí seminuas, por que elas têm que questionar o que eu uso?”, declarou uma delas.

É a partir do momento em que as vemos como iguais que podemos debater francamente se o uso do véu é ou não uma opressão, sem imposições legais que atropelem qualquer argumentação. A proibição da burca e do niqab é um atraso no caminho de um mundo com mais equidade porque não é construída por meio do diálogo e do convencimento.
Ah, e vamos, por favor, parar de achar que qualquer um que descarregue uma metralhadora no coletivo é muçulmano.

*Maíra Kubík Mano é jornalista e mantém o blog Viva Mulher. Escreveu este artigo a convite do Opera Mundi


TEXTO 2
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Questões:
1) Na opinião da dupla, o que teria motivado a proibição da Burca e do Niqab na França?

2) O texto e a charge problematizam a questão da mulher em diferentes sociedades. Faça uma relação entre o texto e a charge e dê a sua opinião sobre o tema.

4) Em que sentido o texto revela que a fala “Ajo em nome da dignidade da mulher”, do presidente Nicolas Sarkozy é um argumento equivocado? Cite o trecho do texto.

4) O que você pensa à respeito do Etnocentrismo? 

5)Por que não devemos ser etnocêntricos?

6)  Explique com suas palavras o que é Relativismo cultural?

7)(UEL – 2003) O etnocentrismo pode ser definido como uma “atitude emocionalmente condicionada que leva a considerar e julgar sociedades culturalmente diversas com critérios fornecidos pela própria cultura. Assim, compreende-se a tendência para menosprezar ou odiar culturas cujos padrões se afastam ou divergem dos da cultura do observador que exterioriza a atitude etnocêntrica. (...) Preconceito racial, nacionalismo, preconceito de classe ou de profissão, intolerância religiosa são algumas formas de etnocentrismo”. (WILLEMS, E. Dicionário de Sociologia. Porto Alegre: Editora Globo, 1970. p. 125.)
Com base no texto e nos conhecimentos de sociologia, assinale a alternativa cujo discurso revela uma atitude etnocêntrica:
a) A existência de culturas subdesenvolvidas relaciona-se à presença, em sua formação, de etnias de tipo incivilizado.
b) Os povos indígenas possuem um acúmulo de saberes que podem influenciar as formas de conhecimentos ocidentais.
c) Os critérios de julgamento das culturas diferentes devem primar pela tolerância e pela compreensão dos valores, da lógica e da dinâmica própria a cada uma delas.
d) As culturas podem conviver de forma democrática, dada a inexistência de relações de superioridade e inferioridade entre as mesmas.
e) O encontro entre diferentes culturas propicia a humanização das relações sociais, a partir do aprendizado sobre as diferentes visões de mundo.



8) (UFU-MG 2016) A humanidade cessa nas fronteiras da tribo, do grupo linguístico, às vezes mesmo da aldeia; a tal ponto, que um grande número de populações ditas primitivas se autodesigna com um nome que significa 'os homens' (ou às vezes - digamo-lo com mais discrição? - os 'bons', os 'excelentes', 'os completos'), implicando assim que as outras tribos, grupos ou aldeias não participam das virtudes ou mesmo da natureza humana, mas são, quando muito, compostos de 'maus', 'malvados', 'macacos da terra' ou de 'ovos de piolho'.
LÉVI-STRAUSS, C. Raça e História. Antropologia Estrutural Dois. São Paulo: Tempo Brasileiro, 1989: 334.
   Nesse trecho, o antropólogo Claude Lévi-Strauss descreve a reação de estranhamento que é comum às das sociedades humanas quando defrontadas com a diversidade cultural.
   Tal reação pode ser definida como uma tendência:
 a) Etnocêntrica
 b) Iluminista
 c) Relativista

 d) Ideológica

                                                                       2ª Parte
-Pesquise na internet o que é relativismo cultural e apresente uma definição.


DESCARTES, O PAI DA FILOSOFIA MODERNA

René Descartes [1596-1650], francês,  é considerado o pai da filosofia moderna.
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Descartes tinha como projeto filosófico criar uma Ciência confiável e afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso, de início, colocarmos todos os nossos conhecimentos em dúvida, questionando tudo para criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.

Descartes inicia sua obra filosófica fazendo um balanço de tudo o que sabia, ao final, conclui que tudo quanto aprendera tudo quanto sabia e tudo quanto conhecera pela experiência era duvidoso e incerto e acaba não aceitando nenhum dos conhecimentos aprendidos, a menos que pudesse provar racionalmente que eram certos e dignos de confiança. Enfim, submete todos os conhecimentos existentes em sua época e os seus próprios a um exame crítico que ficou conhecido como: Duvida metódica


Tendo como pressuposto o critério de que uma ideia só poderia ser verdadeira se fosse clara e evidente, Descartes realiza a dúvida metódica (hiperbólica) para chegar a primeira verdade absoluta. Para que, a partir dessa verdade absoluta, possa criar uma ciência verdadeira.

Para pensar corretamente, é preciso antes abolir todos os privilégios e toda a autoridade dos mestres; é preciso colocar em cheque todos os pressupostos, todas as filiações, todos os medos, e valer-se apenas daquilo que é comum à humanidade inteira: a razão. O dom de distinguir o falso do verdadeiro existe em todos os homens, argumenta Descartes - o problema é que a maioria deles contenta-se com verdades parciais ou incompletas, que foram herdadas.

Pode-se dizer que para Descartes, a dúvida é o começo da busca do conhecimento verdadeiro

DESCARTES NÃO QUERIA APENAS DUVIDAR DE TUDO POR DUVIDAR, APENAS, QUERIA POR A PROVA A VERACIDADE DO CONHECIMENTO TRADICIONAL.

O primeiro alvo da dúvida cartesiana são nossas certezas mais imediatas - aquelas fornecidas pelos sentidos. O filosofo foi considerando como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais. E prosseguiu assim, cada vez mais colocando em dúvida a existência de tudo aquilo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.

Como resultado da aplicação da dúvida, pôs-se em causa toda a dimensão dos objetos, quer sensíveis quer inteligíveis. Foi tudo posto em causa, ou seja, reina o cepticismo: tudo é falso, nada é verdadeiro, isto é, nada resiste à dúvida. Contudo, quando a dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade indubitável vai impor-se. SE EU DUVIDO EU PENSO SE EU PENSO, LOGO EXISTO.

→ A dúvida é um ato do pensamento que só é possível se existir um sujeito que o realize. A condição de possibilidade do ato de duvidar é a existência do sujeito que pensa, ou seja, duvidar é um ato que tem de ser exercido por alguém. Logo, a existência do sujeito que duvida é uma verdade indubitável: “Penso, logo existo.”, ou seja, eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minha existência como sujeito que, neste momento, duvida de tudo. “Duvido, logo existo.”
Chegou a duvidar da própria existência. Finalmente, estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvidas era a seguinte: mesmo quando coloco tudo em dúvida, meus pensamentos existem. Disso decorre a célebre conclusão de Descartes. Penso, logo existo. Essa é a sua primeira verdade absoluta.
Em outras palavras, Descartes conclui que, por mais que o ser humano duvide de tudo, ele estará pensando enquanto duvida.

A SEPARAÇÃO ENTRE A RES COGITAN E A RES EXTENSA, O PENSAMENTO E O CORPO.
É preciso esclarecer que o Descartes era um filósofo que acreditava muito no poder da razão humana. Ou seja, Descartes, foi um racionalista convicto, recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do conhecimento humano.

Assim, o ser humano era para ele, uma substancia essencialmente pensante. O pensamento é algo mais certo do que a própria matéria corporal. Descartes concluiu assim que aquilo que pensa (o sujeito) é alguma coisa diferente daquilo que é pensado (o objeto).
Res Cogitan é a manifestação do espírito, o raciocínio lógico do Sujeito Cognoscente.
Res extensa, é o corpo e o mundo exterior.

Da sua obra-Discurso do método, podemos destacar quatro regras básicas, capazes de conduzir espírito na busca de verdade:

1- Regra da evidencia –só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua clareza e distinção.
2- Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias para resolve-las melhor.
3- Regra da síntese – ordenar o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais complexos.
4- Regra da enumeração – realizar verificações completas e gerais para ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido.
Com o seu método da dúvida crítica, Descartes abalou profundamente o edifício do conhecimento estabelecido.

TIPOS DE IDEIAS
→ A idéia de alma e de Deus são idéias inatas – estão na mente desde o nascimento e serão desenvolvidas pela razão sem o apoio da experiência. Só as idéias inatas são claras e distintas.
→ As idéias adventícias (idéia de Sol ou maçã) são idéias que procedem da experiência.
→ As idéias factícias são idéias forjadas pelo sujeito como é o caso da idéias de sereia ou unicórnio
POR QUE DESCARTES É CONSIDERADO O PAI DA FILOSOFIA MODERNA


Por que a sua forma de filosofar é inovadora e prioriza a razão humana, ao contrário da Medieval, escolástica que coloca, em Deus e a Religião, o centro das questões humanas.

O EXISTENCIALISMO DE SARTRE

Sartre (1905-1980) ao se sentir incomodado com as interpretações distorcidas e críticas acerca da corrente filosófica, chamada existencialismo, resolve produzir em 1945, a conferência: ''O existencialismo é um humanismo''. Teve com essa, escrita e proferida de forma quase didática, o objetivo de defender e explicar para o grande público sua doutrina filosófica, o existencialismo ateu, onde o existente humano tem a liberdade de escolher a si mesmo, independentemente do que a sociabilidade vigente ensina e exige.

A proposta existencialista de Sartre, por ser pautada numa perspectiva atéia, é focada num universo estritamente humano; onde não há fomentação de nenhum idealismo transcendental a priori que deva, necessariamente, servir como um ''manual de instruções'' a uma possível trajetória do existente humano e tampouco a alegação de um deus artífice criador do mesmo.
Perspectiva esta que suscita uma problemática complexa. Pois, se Sartre defende, em sua conferência; o seu existencialismo ateu, e por meio desta que, não há nenhum deus criador onisciente e juiz dos atos humanos, não há um Bem a priori, nem uma natureza humana universal, e, por conseguinte nenhuma moral absoluta, o que é o existente humano para o filósofo?

Tem como pressuposto que, o homem é o nada de predisposições será aquilo que fizer de si mesmo. E por isso, defende que no caso humano; a existência precede a essência, isto é; primeiro o homem surge no mundo, se relaciona com outros homens e com as coisas e não é nem isto nem aqui, antes de fazer-se homem através daquilo que escolheu. Cabe ao homem o engajamento de construir a sua própria essência através da liberdade de fazer escolhas originais em detrimento do seu projeto fundamental. E também salienta que apesar do homem ser o nada a de predisposições, há uma universalidade humana de condição, ou seja, todos os homens existem no mundo, coexistem com outros homens, são mortais e são projeções de si mesmos, o ser humano se encontra desde o momento em que, se percebe, através do cogito, como um ente possuidor de uma subjetividade capaz de fazer suas próprias escolhas.
Portanto, totalmente livre para fazer de si mesmo o que quiser, enquanto existir. Situação esta que não sujeita o existente humano ao imoralismo absoluto, nem reduz a subjetividade ao egocentrismo, mas, o faz considerar que a liberdade é o único fundamento de todos os valores e que cada escolha própria é um caminho aberto para toda a humanidade.
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O homem não é só liberdade, é também angústia, pois, além de não ter como fugir da condição de ser livre, todo engajamento individual é o engajamento de toda a humanidade e isso implica na responsabilidade pelas decisões e pelas conseqüências. Ou seja, o homem ao tomar decisões visando a realização do seu projeto fundamental, projeta sua vontade, no mundo, ao mesmo tempo em que, inventa a si mesmo, acaba inventando a humanidade toda.
Para Sartre, o homem só consegue disfarçar que não é totalmente livre pra escolher o que quer ser, evitar a angústia de ser responsável pela escolha de si mesmo e do modelo de homem que será para toda a humanidade, ao usar da má-fé. Isto é; ao mentir para si mesmo que pode se isentar das responsabilidades pertencentes e que não há mais nada a fazer além de se sujeitar as circunstâncias, a seu ver, sempre determinantes.

Obviamente que o existencialismo ateu de Sartre deve sempre ser analisado atrelado ao seu contexto histórico, contexto esse permeado pela 2ª Guerra Mundial, mas, não há como negar que tal doutrina existencialista é um importante legado filosófico para se pensar a problemática existencial em qualquer contexto histórico seja para o deísta ou para o ateu. Ainda que no âmbito pessoal. Afinal, Sartre, apesar de defender que, ainda que Deus exista nada pode tirar a responsabilidade do homem fazer-se homem, salientar que o homem é absolutamente livre para fazer de si mesmo aquilo que quiser, enquanto existir; em nenhum momento, o filósofo faz apologia ao imoralismo absoluto em sua conferência, ao contrário defende com veemência, a necessidade do homem ao engajamento responsável por si mesmo e da sua responsabilidade por toda a humanidade.


De: Michel Gustavo de Almeida Silva

O QUE É SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA?

A socialização consiste na interiorização que cada indivíduo faz desde que nasce e ao longo de toda a sua vida, das normas e valor da sociedade em que está inserido e dos seus modelos de comportamento. Assim sendo, socializar é interiorizar no indivíduo os modos de pensar e de agir, do grupo do qual faz parte.
É um processo de aprendizagem em que, através da interiorização dessas normas e valores comuns, se faz aumentar a solidariedade entre os membros de um grupo e, portanto, a socialização é determinante para a integração social, formando-se assim o espírito de adesão ao grupo, que é o gosto pela vida coletiva e a aceitação das regras estabelecidas, sem esquecer de participar e contribuir com o grupo, para que possam atingir suas metas e objetivos.
E também forma-se nesse processo a ação coercitiva do fato social, que é o que nos impede ou nos autoriza a praticar algo, por exercer uma pressão em nossa consciência, dizendo o que se pode ou não fazer, em resumo, a coerção social é a força que esses fatos sociais exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se com as regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade ou escolha, teoria estudada inclusive por Durkheim, que dizia que a sociedade é uma realidade estruturada ao longo da história que converte o presente em que vivemos num fato duradouro, resistente ao capricho da nossa vontade, e que ela se apresenta como um todo estruturado capaz de moldar os indivíduos, os quais da sociedade dependem como uma realidade externa, independente do indivíduo.
Para isso, cria-se a educação e para vivermos em sociedade, dependemos dela. Existem, portanto, as normas da sociedade, que são as regras, na qual há o olhar de reprovação que é coercitivo, ou seja, é uma pressão da sociedade sob um indivíduo que fez algo errado, pois não teve EDUCAÇÃO.
Então a educação tem toda essa importância, pois consiste num esforço contínuo para impor ao indivíduo maneiras de ver e de agir as quais ele não teria chegado espontaneamente, daí a importância do processo, teoria também visada por Durkheim.
Por isso, para se construir essa educação no indivíduo, existem dois tipos de socialização: primária e secundária.

Assim sendo, durante a infância ocorre a socialização primária, na qual a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos de comportamento do grupo a que se pertence. Então esse tipo de socialização é essencial para o indivíduo pois deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do mesmo.

Por sua vez, a socialização secundária é todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores no mundo objetivo da sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, etc), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam em nós, assim como novos papéis que vamos assumindo em vários grupos a que vamos pertencendo e nas várias situações em que somos colocados.

ÉTICA

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Não é algo raro de se ver no cotidiano, a confusão que as pessoas fazem com os termos: Ética e Moral, chegando até mesmo a confundi-los como sinônimos. É claro que esse autor não tem a intenção de ironizá-las nem de esgotar a discussão sobre esses termos que já dura mais de dois milênios na história da Filosofia. O mesmo pretende realizar uma breve e simples abordagem sobre tal problemática milenar sobre a Ética.

Quando se fala em Ética é necessário considerar o sentido etimológico da palavra. Há duas formas de grafá-las em grego: "éthos" que refere_se ao comportamento que resulta de uma repetição constante dos mesmos hábitos, ou seja, ao costume, assim, daqui, se resulta o significado da palavra moral que é tido como o conjunto de regras de conduta assumidas livre e conscientemente pelos indivíduos, com o objetivo de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal (Aranha e Martins, 2005, p.218).

Na outra forma; "êthos" designa o caráter, modo de ser do homem, o que permite a ética ser mais do que um reflexão contemplativa e passar a ser o substrato da moralidade do sujeito, isto é, a ética passa a ser um exercício criativo de construir e reconstruir o modo de ser.
Se a moral representa os anseios tradicionais de uma determinada sociedade, entre outras inúmeras. Se a moral tende a querer se eternizar, enquanto a ética é um exercício de construir e reconstruir certo modo de ser do existente humano? Se em cada momento histórico, há certo éthos e certo êthos que sobressaem sobre as multiplicidades éticas e morais?

Em, A Ética a Nicômaco, principal obra de Aristóteles sobre ética, o pensador esclarece que a finalidade suprema que governa e justifica a maneira do ser humano conduzir seus atos e sua vida é a felicidade, que não está correlatada com os prazeres, nem implicita nas honrarias recebidas pelo ente agraciado, mas numa vida repleta de posturas e comportamentos virtuosos. E o homem dotado de prudência e habituado ao exercício de tal, encontra no justo meio entre os extremos de seus atos e decisões a virtude.
(FERREIRA, 2009)

O que se pode pressupor é que ser ético é visar a boa vida que é pautada na felicidade, mas, não uma felicidade individualista e sim a do coletivo. É praticar atos voltados para a virtude; ser pessoa virtuosa.
Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo que faz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. [...] Na filosofia moderna, a palavra "virtude" passou a designar a força da alma ou do caráter. Neste sentido moral, designa uma disposição moral para o bem. [...] a coragem, a justiça, a lealdade. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 271)

Para pensarmos outro sentido da ética: Ética como espaço de crítica a moral dominante e espaço de criatividade humana.
A música do nosso compositor baiano Raul Seixas e do seu parceiro de composição Paulo Coelho chamada: Metamorfose ambulante tem tudo a ver com Ética, se a considerarmos como sinônimo de um debruçar crítico sobre a moral dominante e a partir disso o motor móvel da inventividade, a fecundidade do novo estar humano no mundo.
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Raulzito cantava assim: ‘’Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo’’. Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes... É chato chegar a um objetivo num instante... Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor... Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou... Eu sou um ator...

A letra dessa canção é o relato de um indivíduo que ao se atentar aos valores e costumes da moralidade dominante acaba percebendo que os mesmos não correspondem a sua realidade pessoal que sempre se transforma e por isso, torna-se uma pessoa crítica, em relação a tudo o que diz respeito ao social, crítica e realiza uma ruptura com o vigente e sempre visa novos modos de ser e de coexistir com os seus semelhantes e de interação com o mundo ao seu redor.

Assim a letra dessa canção sintetiza a diferença entre a Ética e a moral. A primeira é o debruçar crítico sobre os valores morais em prol da mudança de comportamento, a segunda é o conjunto de valores e costumes de determinada sociedade que tendem a se eternizar.

O QUE É SOCIOLOGIA?

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Sociologia é a ciência que estuda as relações entre as pessoas e as sociedades.
É uma ciência que, assim como Geografia, Filosofia e História, pertence a área das ciências humanas.
Os métodos de estudo da sociologia envolvem técnicas qualitativas (descrição detalhada de situações e comportamentos) e quantitativas (análise estatística).
A sociologia surgiu no século XVIII como disciplina de estudo sobre as consequências de dois grandes acontecimentos, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, que causaram profundas transformações econômicas, políticas e culturais na sociedade daquele período.
A Sociologia, na sua origem, tinha como objetivo compreender o surgimento da modernidade e os seus efeitos sobre a sociedade e sobre a vida dos indivíduos, isto é, ao processo de modernização.
Esse processo é caracterizado pelo surgimento de uma sociedade urbana, industrial, racionalista, capitalista e laica.
Isso gerou um novo sistema de estratificação social e modificou as relações sociais, que passaram a ser objeto de estudo da sociologia.
A sociologia é uma ciência inaugurada pelo francês August Comte (1798-1857) que basicamente, se ocupa com as observações do que é repetitivo nas relações sociais e sociedades com o objetivo de formular teorias.
*Para refletir: O que se repete constantemente em nossa sociedade?
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Para o pensador Émile Durkheim, a sociologia tem como objeto de estudo; os fatos sociais, pois decorrem da vida em sociedade.
O que são fatos sociais?
Segundo o pensador Émile Durkheim; “os fatos sociais consistem em maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotados de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem. O fato social é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentado existência própria. “AS REGRAS DO MÉTODO.
Segundo Emile Durkheim, os Fatos Sociais constituem o objeto de estudo da Sociologia,
Pretendia tornar a Sociologia uma ciência tão racional e objetiva como a matemática.
Pode-se perguntar aqui: mas os seres humanos não são lógicos, mudam o tempo todo, possuem sentimentos e vontade própria e, nem sempre agem racionalmente e por consequência, as sociedades também são mutáveis, a partir desse pressuposto como criar uma ciência racional e objetiva a partir do estudo das relações sociais?
Para Durkheim, os fatos sociais eram vistos como coisa, ou seja, algo objetivo capaz de ser analisado, estudado, compreendido e explicado racionalmente. E também, variam de cultura para cultura e tem como base a moral social de cada sociedade, estabelecendo um conjunto de regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido.
Sendo assim, segundo Durkheim é possível o estudo sociológico se seu objeto de estudo for os fatos sociais, isto é aquilo que predomina no todo social.

AS 3 CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS
· Coercitividade - característica relacionada com a força dos padrões culturais do grupo que os indivíduos integram. Estes padrões culturais são fortes de tal maneira que obrigam os indivíduos a cumpri-los.
· Exterioridade - esta característica transmite o fato desses padrões de cultura serem "exteriores aos indivíduos", ou seja, ao fato de virem do exterior e de serem independentes das suas consciências.
· Generalidade - os fatos sociais existem não para um indivíduo específico, mas para a coletividade. Podemos perceber a generalidade pela propagação das tendências dos grupos pela sociedade, por exemplo. Para Émile Durkheim, fatos sociais são "coisas".
Exemplos de fatos sociais: Constituição Federal, moeda, idioma, costumes, etc.


A TEORIA DOS TRÊS PODERES, DE MONTESQUIEU

TRÊS PODERES

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Um dos objetivos principais que regiam o pensamento de vários filósofos, teóricos e pensadores desde a antiguidade, sempre foi o de encontrar uma forma, um modelo de estado onde o poder não se centralizasse somente nas mãos de uma pessoa ou de um pequeno grupo e/ou instituição.
Preocupados em encontrar uma forma de governo que não favorecesse tiranias nem absolutismos, para obter uma igualdade de direitos entre todos e um Estado justo e democrático, esses pensadores, a partir de Platão e Aristóteles, e chegando ao século XVI no ápice do iluminismo com John Locke, apontavam como forma de se obter uma sociedade mais justa uma divisão entre os tipos de poderes.
A concepção de Três Poderes que temos hoje é gerada a partir do século XVII, após um árduo trabalho de análise social de pensadores ainda anteriores a este século e que com o iluminista Montesquieu, em 1748, vem a ser elaborada de maneira mais clara e definitiva. Todo estado tido como democrático ou não absolutista tem em sua estruturação a identificação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário mesmo com defasagens possíveis ou mesmo nomenclaturas diferentes.
A separação ou tripartição dos três poderes é uma teoria desenvolvida por Charles de Montesquieu, na obra o “O Espírito das Leis”, (1748), foi criada a partir de influências de outros pensadores anteriores a ele, como Aristóteles na obra intitulada “Política” e posteriormente por John Locke cem anos antes de “O Espírito das Leis”. Porém, nenhuma obra anterior explica de forma mais coerente e detalhada a estruturação de um estado regido sob os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) como a de Charles-Louis de Secondat (ou Montesquieu).

Tudo aconteceu a partir de um trabalho de busca da essência, da natureza de cada tipo de poder estabelecido nas sociedades e comparando as relações que as leis da época tinham com a natureza em si.
Montesquieu desenvolveu uma ideia que dá o parâmetro do constitucionalismo, ou seja, do conjunto de leis contidas numa constituição. É o tipo de regência mais comum em quase todos os tipos de governos de hoje e que busca de maneira democrática designar as autoridades competentes a cada âmbito da sociedade. Isso ocorre para se evitar o autoritarismo, a arbitrariedade e a violência, que eram comuns na maioria das monarquias absolutistas da época, quando reis e tiranos sustentavam suas próprias concepções do que achavam que era justo ou verdadeiro a partir de conceitos puramente religiosos e/ou impositores.
A partir dessa concepção de constitucionalismo em sua obra, Montesquieu começou a traçar um pensamento de forma a dividir os poderes dentro de um governo. Inspirado pela constituição inglesa da época, que apesar de não ter essa divisão clara em sua estruturação, o francês dividiu de maneira cuidadosa e detalhada para os moldes de sua época os três poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário.

A ideia central da teoria dos três poderes é de que um poder em suas atribuições equilibraria a autonomia e interviria quando necessário no outro, propondo uma harmonia e uma maior organização na esfera governamental de um estado.
Em síntese, pode-se dizer, a grosso modo, que é um regime onde o poder é limitado e equilibrado pelo poder, ou seja, como o próprio Montesquieu citou em 'O Espírito das Leis': “[...]só o poder freia o poder”, o que ele chama de “Sistema de freios e contrapesos”. Nenhum dos três poderes tem autonomia absoluta sobre a sociedade, nem sobre os outros tipos de poderes; mas sim um, em conjunto com o outro, deveria reger o Estado de maneira a exercer uma igualdade social e governamental.

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A partir dos moldes da constituição inglesa, Montesquieu dividiu os três poderes, resumidamente (pois abordaremos cada tipo de poder ao longo do site com mais detalhes), da seguinte forma:
- O Executivo seria regido pelo rei, com o poder de veto sobre as decisões do legislativo que era formado pelo parlamento (ou legislativo).
- O Legislativo, sempre convocado pelo executivo, seria formado por duas esferas: uma de pessoas da própria sociedade (o “corpo dos comuns”) que era composta por pessoas do povo, que representavam as mais diferentes classes sociais e outra formada por nobres, intelectuais e pessoas influentes que tinham herança hereditária de influência ou poder (o “corpo dos nobres”) e tinha o poder de veto sobre as decisões e propostas do corpo dos comuns. Eram assembleias independentes que propunham propostas de leis e estatutos que iriam reger a monarquia e o estado, tendo de passar pela aprovação do rei.
- O Judiciário não deveria ser único, pois considerava que nobres deveriam ser julgados por outros nobres, o que segundo alguns teóricos, indica que Montesquieu não defendia uma igualdade de todos perante a lei. Outra visão é de que, para diferentes particularidades de cada caso, existissem diferentes tribunais, todos eles refletindo segundo a constituição do país a sentença de acordo com o caso.
O trabalho de Montesquieu influenciou logo em seguida na criação da constituição dos Estados Unidos e, consequentemente, a tripartição dos poderes se tornou a base de qualquer esfera democrática no mundo contemporâneo.

Disponível em: http://tres-poderes.info/

Refletindo sobre a ética na atuação do Organismo Internacional ONU ( 2° Ano - Novo Ensino Médio - 4°Bimestre)

Acesse o site, disponível em: https://infoonu.wordpress.com/2012/11/16/criticas-a-atuacao-da-onu/ -Leia o texto: Críticas a atuação...