A
filosofia é uma constante reflexão crítica sobre a totalidade do ser, desde os
seus primórdios, no séc. VI. A. C, quando Tales de Mileto perguntava sobre:
qual é o elemento primordial na composição do universo? E afirmava ser a água.
Um das perguntas fundamentais da filosofia é: o que é o ser humano?

Basicamente
pode-se dizer que o ser humano é um animal racional constituído de um corpo,
capaz de transformar a natureza de acordo com as suas necessidades de
sobrevivência, isto é um produtor de cultura e que é incapaz de sobreviver sem
uma vida social e, por isso, produz a política. Necessita de viver além da
materialidade e por isso, acredita no transcendental (Deus).

Não há uma
definição exata para o ser humano, logo a vida humana pode ser analisada por
inúmeras perspectivas.
Vejamos o que alguns pensadores pensaram acerca do ser
humano:
1.
A concepção de HOBBES (filósofo inglês, século XVII), segundo a qual, em estado
de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a
guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse
estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta.
Para se protegerem
uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que
ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte
que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem
garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei
é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e
conservar.
RESUMO: o homem é mal e egoísta por
natureza

2.A
concepção de ROUSSEAU (filósofo suíço, século XVIII), segundo a qual, em estado
de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o
que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo
grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de
felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem
inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu".
A
noção de propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que
corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra
todos.
RESUMO: o homem é o bom selvagem e a
civilização que o corrompe

3. A concepção de FREUD (nascido em Morávia,
1856) Para Freud o homem é um ser de desejo. Sigo com as três instâncias
básicas: o id, regido pelo "princípio do prazer", instância que
acompanha o ente humano desde a sua origem, tinha a função de descarregar as
tensões biológicas, é a reserva inconsciente dos desejos e impulsos de origem
genética e voltados para a preservação e propagação da vida. Para Freud, em
grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, tendo em mira o prazer.
O superego, também inconsciente é gradualmente formado no "Ego". O Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.
O superego, também inconsciente é gradualmente formado no "Ego". O Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa.
O
Superego ou censura desenvolve-se em um período que Freud designa como período
de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou
adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social. O ego
é a consciência, ou a racionalidade. É a menor e mais frágil parte da vida
psíquica, subtraída aos desejos do Id e à repressão do Superego.
Lida com a estimulação que vem tanto da
própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é
governado pelo "princípio de realidade", ou seja, a necessidade de
encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do
Superego.
RESUMO: o homem é um ser de instinto,
parcialmente racional e imensamente influenciado pela inconsciência
4-
Na concepção de SARTRE (filósofo francês , séc XIX) : o homem é o nada de
predisposições, tábula rasa ( não tem nada de inato) foi lançado ao mundo sem
justificativa, não decidiu existir e, por isso, tem a liberdade absoluta de
escolher o homem que deseja ser, isto é, de fazer-se o homem que corresponde às
expectativas do seu próprio projeto de vida.
A
existência precede a essência, ou seja, primeiro o homem nasce, se relaciona
com os outros e depois desenvolve a sua personalidade e o seu ponto de vista
sobre a vida. Ou seja, o homem é aquilo que faz de si mesmo enquanto existe.
Nas palavras de Sartre: O homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na
medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais
que sua vida (SARTRE, 1987, p. 13).
RESUMO: O homem é o nada a priori e será
aquilo que fizer de si mesmo ao longo da sua existência
Texto: Michel Gustavo de Almeida Silva